Nível está 15 centímetros acima em relação ao mesmo período de 2014, na enchente histórica. Risco é eminente, mas situação é monitorada, diz Defesa Civil.
Rio Mamoré segue subindo por causa das chuvas (Foto: Júnior Freitas/G1) |
O nível atual do Rio
Mamoré atingiu a cota de 9,48 metros nesta sexta-feira (12) e já preocupa as
autoridades e moradores em Guajará-Mirim (RO), a cerca de 330 quilômetros de
Porto Velho. A Marinha e a Defesa monitoram o nível da água diariamente e alertam
para o risco eminente de uma possível cheia, que pode afetar novamente o
município e parte da Bolívia, assim como em 2014.
Segundo a Agência Fluvial
da Marinha de Guajará-Mirim, órgão responsável pelo monitoramento dos rios
Mamoré, Guaporé, Pacaás Novos e Madeira, comparado com o mesmo período de 2014,
o nível das águas do Mamoré está 15 centímetros acima, o que já causa grande
preocupação.
A “cota de segurança” da
régua fluviométrica é de 11,5 metros, quando é declarada situação de alerta
máximo.
O comandante da Marinha
no município, André Sant’Anna, como é feito o trabalho de monitoramento e quais
as medidas adotadas para uma possível enchente. Segundo ele, a medição da régua
é feita diariamente e os dados encaminhados para o relatório oficial, onde existe
um controle estatístico.
“Nosso papel é somente
como coletor de dados, encaminhamos todos os dados obtidos para a Prefeitura
Municipal, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, para que eles façam a verificação
e tome as providências cabíveis em relação ao alerta à população”, declarou
Sant’Anna.
Procurado pelo G1, o
chefe da Defesa Civil em Guajará, Gilson Teles, disse que todas as medidas
estão sendo feitas para deixar os moradores cientes dos riscos e também as
orientações em relação ao avanço da água nas margens.
“Não queremos causar
terror na população, mas o risco de enchente existe sim, é eminente. O que
estamos fazendo é monitorar junto com a Marinha e também conversar com os
moradores, principalmente os ribeirinhos, sobre o risco. Estamos nos preparando
para que se realmente houver uma nova enchente, não sejamos pegos de surpresa
como em 2014”, explicou o servidor.
Enchente histórica em
2014
Em 2014, a cidade foi
castigada pela maior cheia dos últimos 30 anos na região e chegou a ficar
isolada sem receber suprimentos, já que a BR Engenheiro Isaac Bennesby
(principal rota de acesso da cidade) foi alagada e o tráfego ficou
temporariamente fechado por vários dias. A única forma de entrar na cidade era
de helicóptero ou barco.
Na ocasião, o nível da
água chegou a estar em 14,44 metros acima do normal e deixou mais de 500
famílias desabrigadas, além de prejudicar o comércio e deixar vários
trabalhadores desempregados.
Além dos riscos de
doenças à população, a enchente influenciou também nos preços de alimentos e
produtos de consumo básico como água mineral, óleo e gás de cozinha, que
sofreram reajustes nos preços de mais de 50% no valor de mercado.
Desde a época da
enchente, a Marinha intensificou a conferência da régua que mede o nível e a
profundidade da água. De acordo com instituição, até hoje não é possível
identificar com precisão o que causou o fenômeno, embora alguns fatores sejam
estudados e apontados como possíveis causas, como o derretimento das
cordilheiras na Bolívia e o aquecimento global.
Fonte: G1/RO/JUNIOR
FREITAS
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