Após matéria publicada pelo Rota Mamoré sobre o pagamento de R$ 600,00 em diária ao vereador André do Sindicato para ir a Porto Velho participar de uma Sessão Solene de Voto de Louvor aos profissionais do Serviço Social, o parlamentar gravou um vídeo tentando justificar a viagem.
Na gravação, feita em frente ao Hospital de Nova Mamoré e divulgada neste sábado (16), André afirmou que, além de participar da sessão, teria aproveitado a oportunidade para tratar com a deputada estadual Cláudia de Jesus (PT) sobre a conquista de R$ 500 mil em emenda parlamentar para a saúde do município.
A contradição
Ocorre que o recurso mencionado já havia sido anunciado publicamente em novembro de 2024, oito meses antes, quando o próprio vereador, ao lado da deputada, posou para fotos divulgando a conquista da verba. À época, André destacou a parceria política que teria garantido os R$ 500 mil para aquisição de equipamentos de saúde para Nova Mamoré.
Ou seja, os valores já estavam destinados ao município meses antes da diária paga em junho de 2025. Na prática, não houve qualquer “nova conquista”, como tentou justificar o vereador em sua fala recente.
Veja abaixo a postagem de 2024 anunciando o recurso para Nova Mamoré:
Moralidade no uso do recurso público
A tentativa de justificar a viagem apenas reforça a falta de interesse público na utilização da diária. Afinal, se o recurso já estava garantido desde 2024, não há justificativa plausível para custear uma ida a Porto Velho às custas do contribuinte, sobretudo para participar de uma sessão solene que em nada tem relação direta com o mandato parlamentar de André.
Mais grave ainda é a postura do vereador em se sentir ofendido com a matéria, alegando ser alvo de perseguição e “apedrejamento”.
O Rota Mamoré reforça que cobrar transparência e moralidade no uso do dinheiro público não é perseguição, mas sim o dever da imprensa e o direito do cidadão.
A sociedade precisa compreender que fiscalizar gastos públicos não é jogar pedra em políticos, mas sim garantir que os recursos sejam usados de forma correta e em benefício de todos.
Em vez de justificativas frágeis, espera-se que os representantes do povo respeitem o erário e demonstrem compromisso real com as necessidades da população.
Chega de mimimi: cobrar moralidade não é ataque, é cidadania.
ENTENDA O CASO, LEIA A MATÉRIA PUBLICADA ANTES DO VÍDEO: Clique aqui.
Assista o vídeo:
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